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sexta-feira, 4 de julho de 2025

POR QUE O SIMBOLO DO BOSTON CELTICS É UM TREVO DE 4 FOLHAS E UM LEPRECHAUN?













O símbolo do Boston Celtics, com um trevo de quatro folhas e um leprechaun, está profundamente ligado à herança irlandesa e à cultura de Boston, nos Estados Unidos.













O trevo (ou shamrock, na versão tradicional de três folhas) é um símbolo nacional da Irlanda, e o trevo de quatro folhas representa sorte — algo bastante associado à competitividade e ao espírito esportivo. Boston tem uma grande comunidade de origem irlandesa, e o uso desse símbolo reflete tanto o orgulho étnico quanto a tentativa de cativar o público local desde a fundação do time.



























O leprechaun, por sua vez, é uma figura típica do folclore irlandês: um pequeno duende travesso, geralmente com cartola verde, colete e sapatos de fivela. Segundo as lendas, ele esconde um pote de ouro no fim do arco-íris e é famoso por sua esperteza. No escudo dos Celtics, ele aparece girando uma bola de basquete com o nome "Lucky the Leprechaun", transmitindo astúcia, carisma, tradição e identidade celta.

O nome “Celtics” foi escolhido em 1946 pelo fundador Walter Brown, justamente para refletir essa herança irlandesa e valorizar a grande população celta de Boston. Desde então, o mascote e os elementos gráficos se tornaram ícones da franquia.


Evolução do Logotipo dos Boston Celtics





















A identidade visual dos Celtics passou por diversas transformações, mas sempre manteve seus elementos centrais: o leprechaun e o trevo.

1946–1950: Trevo Simples

O primeiro logo era bastante básico: um trevo branco em fundo verde com o nome “Celtics” acima. Simples, direto e simbólico.

1950–1960: Primeira versão do leprechaun

Surge o mascote em versão ilustrada: um duende com colete cheio de trevos, segurando um bastão e usando chapéu de cartola — o início da lenda.

1960–1968: Versão com fundo laranja


O leprechaun ganha um fundo vibrante e detalhes mais nítidos, dando mais destaque visual ao logo.

1968–1976: "Lucky" aparece oficialmente

Agora o leprechaun é batizado como Lucky, aparece girando a bola de basquete no dedo e encostado no tradicional shillelagh (bastão celta). Esse visual se aproxima muito do logo atual.



1976–1996: Versão refinada e monocromática

O desenho é mais simplificado, usado principalmente em verde e branco, mas mantendo os traços clássicos.


1996–Presente: Lucky em cores realistas

O leprechaun passou a ter pele clara, detalhes dourados no colete e chapéu, e uma bola marrom, criando um visual mais moderno e humanizado, sem perder a identidade clássica.


Curiosidades sobre o Mascote “Lucky the Leprechaun”

Criado nos anos 1950 por Zang Auerbach, irmão do lendário técnico Red Auerbach.













O mascote de carne e osso, usado nos jogos desde os anos 2000, faz acrobacias e se tornou um dos mais famosos da NBA. Lucky também participa de programas sociais da franquia, como o “CommUNITY Crew”, e já venceu prêmios como “Melhor Mascote do Ano” e aparece em videogames e produtos oficiais.

Um símbolo de tradição e identidade

O trevo de quatro folhas e o leprechaun não foram escolhidos por acaso — eles representam a alma dos Celtics: origem, tradição, orgulho, carisma e sorte. Ao longo das décadas, o logo evoluiu em estilo, mas nunca perdeu sua essência irlandesa, fazendo com que o Boston Celtics seja, até hoje, uma das marcas mais icônicas do esporte mundial.

Leia também: A INVASÃO CORINTHIANA EM 1976


quinta-feira, 3 de julho de 2025

DESENHOS ANIMADOS DOS ANOS 70











Os anos 1970 foram uma década de transição e transformação no universo da animação. Com as mudanças culturais e políticas do pós-anos 60 — como o movimento hippie, os direitos civis, a Guerra do Vietnã e o avanço da cultura pop —, os desenhos animados passaram a refletir novos valores, estéticas mais ousadas e preocupações sociais.

Foi um período em que as grandes produtoras, como Hanna-Barbera, Filmation e Warner Bros., adaptaram suas fórmulas para se conectar com o novo público: crianças urbanas, jovens mais politizados e uma sociedade mais questionadora. Ao mesmo tempo, houve uma explosão de personagens coloridos, musicais, super-heróis e aventuras no espaço, muitos deles com forte influência psicodélica, sonora e visual.


Scooby-Doo e os desdobramentos do sucesso

Embora tenha surgido no final dos anos 60, Scooby-Doo, Where Are You! dominou os anos 70 com novos episódios, variações e spin-offs. A fórmula — mistério, humor, amizade e desfechos “lógicos” — agradava pais e filhos. Durante a década, surgiram títulos como The New Scooby-Doo Movies, onde o grupo resolvia casos com celebridades convidadas, e The Scooby-Doo Show (1976), que reforçou a marca. Outros desenhos seguiram o mesmo modelo: grupos de adolescentes acompanhados de mascotes carismáticos resolvendo casos ou enfrentando vilões. Entre eles:

Josie and the Pussycats (1970): uma banda feminina que vivia aventuras pelo mundo.













Speed Buggy (1973): jovens aventureiros e um carro de corrida falante.
















Funky Phantom (1971): adolescentes ajudados por um fantasma da Guerra da Independência americana.




























Super-Heróis, poderes e justiça

A década de 70 viu uma nova onda de desenhos de super-heróis, muitos deles baseados em personagens de quadrinhos, refletindo a popularidade crescente da cultura geek:

Super Amigos (Super Friends, 1973): reuniu Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman e outros heróis da DC em aventuras cooperativas, sempre com lições de cidadania. Foi um enorme sucesso e permaneceu no ar, com variações, até os anos 80.
















He-Man e She-Ra ainda não haviam surgido, mas desenhos como Shazam! e Tarzan, Lord of the Jungle (ambos da Filmation) traziam heróis clássicos em versões infantis.
















O Homem-Pássaro (Birdman and the Galaxy Trio, 1967–1970): embora lançado antes, teve grande presença na programação da década, influenciando futuras animações para adultos.













Capitão Caverna e as Panterinhas (1977): misturava humor pré-histórico com elementos de super-heróis e espionagem.














Aventuras no espaço e futurismo psicodélico

Em plena era da exploração espacial e sob forte influência de Star Trek e ficções científicas, vários desenhos da época viajaram para o espaço — literalmente:

Os Herculóides (exibido em reprises nos anos 70): um grupo de heróis em um planeta alienígena, lutando contra ameaças tecnológicas e místicas.

















Galaxy Trio e Space Ghost também ganharam força nas reprises.


















Os Jetsons, apesar de ser dos anos 60, foi redescoberto por uma nova geração, com forte presença nas manhãs e tardes televisivas.


Desenhos com conteúdo musical

A música era parte vital da cultura jovem nos anos 70, e isso se refletiu nos desenhos. Bandas reais e fictícias eram incorporadas ao enredo:


The Jackson 5ive (1971): estrelado pelos irmãos Jackson, mostrava aventuras em meio a canções de sucesso.


The Beatles (1965–1969, mas reexibido com força na década seguinte).















Josie and the Pussycats in Outer Space (1972): continuação da série original, agora em clima sci-fi.


Clássicos da Hanna-Barbera e séries cômicas

Mesmo com as novidades, os estúdios seguiram produzindo personagens com humor leve e infantil, mantendo sua assinatura visual e sonora:

Dom Pixote, Manda-Chuva, Zé Colmeia e outros voltaram com novos episódios ou participações em especiais.

A Formiga Atômica e Pepe Legal continuavam populares em pacotes de reprises.














Hong Kong Fu (1974): um cachorro que era faxineiro de dia e mestre do kung fu de noite — combinação inusitada e muito popular.






















O Urso do Cabelo Duro (Help!... It's the Hair Bear Bunch!, 1971): três ursos em um zoológico tentavam escapar e se divertir, numa crítica cômica à autoridade.
















O compromisso com temas sociais

Nos anos 70, começaram a surgir desenhos que tratavam, ainda que discretamente, de temas sociais, como preconceito, meio ambiente, inclusão e não-violência. A série Fat Albert and the Cosby Kids (1972), criada por Bill Cosby, por exemplo, tinha foco em ética, respeito, amizade e educação — com episódios que abordavam racismo, pobreza e bullying.



























O Legado dos Anos 70

Os desenhos animados dos anos 70 foram menos sofisticados tecnicamente que os das décadas seguintes, mas deixaram uma marca profunda por sua diversidade temática. Misturaram humor, mistério, ficção científica, música e compromisso social em uma linguagem que ainda hoje inspira a animação moderna.







Essa foi a década em que os desenhos deixaram de ser apenas "coisa de criança" para se tornarem produtos culturais complexos, com múltiplas camadas. Muitos personagens dessa era ainda vivem no imaginário coletivo, seja através de remakes, filmes ou pela nostalgia que despertam nos adultos que foram crianças naquela época.

Leia também: QUAIS ERAM OS DESENHOS ANIMADOS DA DÉCADA DE 50


quarta-feira, 2 de julho de 2025

SERRA PELADA: A SAGA DO MAIOR GARIMPO A CÉU ABERTO DO MUNDO














A história da Serra Pelada é uma das mais marcantes do Brasil. Um episódio que mistura esperança, ambição, miséria, tragédia e um retrato cru das desigualdades sociais. Localizada no sul do estado do Pará, no município de Curionópolis (próximo a Marabá), a região foi palco, entre os anos 1980 e 1990, da maior corrida do ouro da história moderna do país — e uma das maiores do mundo. Mais de 100 mil homens se amontoaram em um cenário surreal, cavando com as mãos em busca da promessa de riqueza instantânea.

O Início: O Ouro que Brotou da Terra (1979–1980)














Tudo começou em setembro de 1979, quando um agricultor chamado Genésio Ferreira da Silva, ao cavar em sua propriedade rural, encontrou pequenas pepitas de ouro no leito de um córrego. A notícia rapidamente se espalhou pelas redondezas e, logo em seguida, chegou aos ouvidos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável por fiscalizar recursos minerais no Brasil.

Após análises geológicas confirmarem a existência de ouro em quantidade considerável, a corrida começou de forma desorganizada. Em poucos meses, milhares de pessoas, principalmente homens vindos do Nordeste, do interior do Pará, do Maranhão, do Tocantins e de outros estados pobres do Brasil, rumaram para a região.

Em 11 de janeiro de 1980, o governo federal declarou oficialmente a área como garimpo e proibiu a exploração mecanizada, determinando que apenas o trabalho manual seria permitido. Com isso, o garimpo de Serra Pelada se tornou símbolo do esforço humano extremo.


O Auge: Um Formigueiro Humano (1980–1984)
























A cena era apocalíptica e mítica ao mesmo tempo. Um imenso buraco a céu aberto, com milhares de homens enfileirados nas encostas de lama, carregando sacos de terra nas costas. O trabalho era exaustivo, perigoso e insalubre. A cada dia, surgiam lendas sobre pepitas gigantes, como a que teria sido encontrada pesando mais de 6,8 quilos.

O local chegou a reunir mais de 100 mil garimpeiros — todos buscando o sonho de enriquecer do dia para a noite. A cidade improvisada que cresceu ao redor era caótica: não havia saneamento, segurança ou infraestrutura. Em vez disso, havia sujeira, doenças, armas e prostitutas. O comércio girava em torno do ouro, que era usado como moeda viva.

Para evitar que o caos saísse do controle, o governo militar nomeou o Major Sebastião Curió como interventor da área. Ele se tornou uma figura emblemática do garimpo, impondo regras rígidas, mas também acusado de corrupção, violência e censura. Sob seu comando, a exploração seguiu por anos com uma aparência de ordem forçada.


Violência, Degradação e Tragédias














Serra Pelada também ficou marcada por tragédias humanas. A violência era constante. Brigas por território, roubos de pepitas, execuções sumárias e exploração sexual eram comuns. Muitos garimpeiros trabalhavam endividados para “donos de barrancos” ou comerciantes, nunca saindo do ciclo de pobreza.

Estima-se que mais de 50 toneladas de ouro foram retiradas do local entre 1980 e 1986. Boa parte desse ouro nunca foi registrada oficialmente, sendo levada ilegalmente para o mercado negro ou negociada com atravessadores.

Ambientalmente, o impacto foi catastrófico. O garimpo destruiu a paisagem, contaminou nascentes com mercúrio e desmatou amplas áreas da floresta amazônica.


O Fim do Sonho Dourado (1986–1992)













A partir de 1986, o garimpo começou a declinar. As principais jazidas superficiais se exauriram, e as condições de trabalho se tornaram ainda mais precárias. Muitos já não conseguiam extrair sequer o suficiente para se sustentar.

Em 1992, o governo federal fechou o garimpo oficialmente, alegando riscos de desmoronamento e insalubridade. Também houve forte pressão para preservar o meio ambiente e combater o tráfico de ouro. Com isso, o buraco de Serra Pelada foi alagado, dando fim à era do ouro no local.

Muitos ex-garimpeiros permaneceram na região, vivendo em situação de pobreza. Outros voltaram para suas cidades de origem, frustrados ou traumatizados. Poucos realmente enriqueceram — a maioria saiu de lá com doenças, dívidas ou cicatrizes profundas.


Serra Pelada Hoje














Hoje, a área de Serra Pelada é administrada pela Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (COOMIGASP). Por décadas, ela esteve envolvida em disputas judiciais e acusações de corrupção. Tentativas de retomada da mineração de forma industrial foram feitas, inclusive com parceria de empresas canadenses, mas esbarraram em problemas legais e ambientais.

O antigo garimpo virou uma espécie de museu a céu aberto da miséria e da ganância humana. Ainda atrai visitantes, jornalistas e estudiosos, interessados em entender como um surto de esperança transformou a região em palco de uma das maiores epopeias sociais do Brasil.


O Legado

Serra Pelada ficou imortalizada em fotografias, livros e no cinema — como no filme Serra Pelada (2013), de Heitor Dhalia, e no documentário Garimpeiros (1982), de Jorge Bodanzky. As imagens captadas pelo fotógrafo Sebastião Salgado, que mostram os garimpeiros cobertos de lama, em escadarias humanas intermináveis, são consideradas ícones do século XX.


Curiosidades

Existe ouro atualmente em Serra Pelada?

Sim, ainda há ouro em Serra Pelada — porém, em quantidades muito diferentes do passado, e sua extração atual é limitada e desafiante:


Reservas de ouro remanescentes

Estudos geológicos estimam que ainda há cerca de 50 a 100 toneladas de ouro na rocha subterrânea de Serra Pelada — que fica sob o antigo buraco inundado e nos rejeitos do garimpo original. Há também depósitos de platina e paládio, mas sua extração não é realizada.


Por que o ouro não é extraído em larga escala?

Estar incorporado à rocha dura demanda perfuração, trituração e processos químicos complexos — operações caras e ambientalmente arriscadas.

A COOMIGASP firmou parcerias, como com a canadense Colossus, para explorar a área no subsolo e nos rejeitos — porém sem sucesso: os custos elevados inviabilizaram o projeto e a empresa faliu em 2014.





















Garimpo artesanal ainda existe?

Sim, de forma pontual e empobrecida: alguns ex-garimpeiros fazem pequenas escavações nos arredores ou mesmo em seus quintais. Outros concentram-se na recuperação ambiental e no turismo, enquanto grandes projetos se voltam a minerais como ferro e cobre — embora não em grande escala de ouro .


Situação atual

Hoje, Serra Pelada não é mais explorada como no passado. A antiga cratera virou um lago contaminado, existe turismo histórico e ambiental, e a localidade busca diversificação econômica via agricultura, apicultura e mineração de outros minerais como hematita (projeto Serra Leste)

Leia também: SUPER OFERTAS & CLASSIFICADOS

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