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quarta-feira, 2 de julho de 2025

SERRA PELADA: A SAGA DO MAIOR GARIMPO A CÉU ABERTO DO MUNDO














A história da Serra Pelada é uma das mais marcantes do Brasil. Um episódio que mistura esperança, ambição, miséria, tragédia e um retrato cru das desigualdades sociais. Localizada no sul do estado do Pará, no município de Curionópolis (próximo a Marabá), a região foi palco, entre os anos 1980 e 1990, da maior corrida do ouro da história moderna do país — e uma das maiores do mundo. Mais de 100 mil homens se amontoaram em um cenário surreal, cavando com as mãos em busca da promessa de riqueza instantânea.

O Início: O Ouro que Brotou da Terra (1979–1980)














Tudo começou em setembro de 1979, quando um agricultor chamado Genésio Ferreira da Silva, ao cavar em sua propriedade rural, encontrou pequenas pepitas de ouro no leito de um córrego. A notícia rapidamente se espalhou pelas redondezas e, logo em seguida, chegou aos ouvidos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável por fiscalizar recursos minerais no Brasil.

Após análises geológicas confirmarem a existência de ouro em quantidade considerável, a corrida começou de forma desorganizada. Em poucos meses, milhares de pessoas, principalmente homens vindos do Nordeste, do interior do Pará, do Maranhão, do Tocantins e de outros estados pobres do Brasil, rumaram para a região.

Em 11 de janeiro de 1980, o governo federal declarou oficialmente a área como garimpo e proibiu a exploração mecanizada, determinando que apenas o trabalho manual seria permitido. Com isso, o garimpo de Serra Pelada se tornou símbolo do esforço humano extremo.


O Auge: Um Formigueiro Humano (1980–1984)
























A cena era apocalíptica e mítica ao mesmo tempo. Um imenso buraco a céu aberto, com milhares de homens enfileirados nas encostas de lama, carregando sacos de terra nas costas. O trabalho era exaustivo, perigoso e insalubre. A cada dia, surgiam lendas sobre pepitas gigantes, como a que teria sido encontrada pesando mais de 6,8 quilos.

O local chegou a reunir mais de 100 mil garimpeiros — todos buscando o sonho de enriquecer do dia para a noite. A cidade improvisada que cresceu ao redor era caótica: não havia saneamento, segurança ou infraestrutura. Em vez disso, havia sujeira, doenças, armas e prostitutas. O comércio girava em torno do ouro, que era usado como moeda viva.

Para evitar que o caos saísse do controle, o governo militar nomeou o Major Sebastião Curió como interventor da área. Ele se tornou uma figura emblemática do garimpo, impondo regras rígidas, mas também acusado de corrupção, violência e censura. Sob seu comando, a exploração seguiu por anos com uma aparência de ordem forçada.


Violência, Degradação e Tragédias














Serra Pelada também ficou marcada por tragédias humanas. A violência era constante. Brigas por território, roubos de pepitas, execuções sumárias e exploração sexual eram comuns. Muitos garimpeiros trabalhavam endividados para “donos de barrancos” ou comerciantes, nunca saindo do ciclo de pobreza.

Estima-se que mais de 50 toneladas de ouro foram retiradas do local entre 1980 e 1986. Boa parte desse ouro nunca foi registrada oficialmente, sendo levada ilegalmente para o mercado negro ou negociada com atravessadores.

Ambientalmente, o impacto foi catastrófico. O garimpo destruiu a paisagem, contaminou nascentes com mercúrio e desmatou amplas áreas da floresta amazônica.


O Fim do Sonho Dourado (1986–1992)













A partir de 1986, o garimpo começou a declinar. As principais jazidas superficiais se exauriram, e as condições de trabalho se tornaram ainda mais precárias. Muitos já não conseguiam extrair sequer o suficiente para se sustentar.

Em 1992, o governo federal fechou o garimpo oficialmente, alegando riscos de desmoronamento e insalubridade. Também houve forte pressão para preservar o meio ambiente e combater o tráfico de ouro. Com isso, o buraco de Serra Pelada foi alagado, dando fim à era do ouro no local.

Muitos ex-garimpeiros permaneceram na região, vivendo em situação de pobreza. Outros voltaram para suas cidades de origem, frustrados ou traumatizados. Poucos realmente enriqueceram — a maioria saiu de lá com doenças, dívidas ou cicatrizes profundas.


Serra Pelada Hoje














Hoje, a área de Serra Pelada é administrada pela Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (COOMIGASP). Por décadas, ela esteve envolvida em disputas judiciais e acusações de corrupção. Tentativas de retomada da mineração de forma industrial foram feitas, inclusive com parceria de empresas canadenses, mas esbarraram em problemas legais e ambientais.

O antigo garimpo virou uma espécie de museu a céu aberto da miséria e da ganância humana. Ainda atrai visitantes, jornalistas e estudiosos, interessados em entender como um surto de esperança transformou a região em palco de uma das maiores epopeias sociais do Brasil.


O Legado

Serra Pelada ficou imortalizada em fotografias, livros e no cinema — como no filme Serra Pelada (2013), de Heitor Dhalia, e no documentário Garimpeiros (1982), de Jorge Bodanzky. As imagens captadas pelo fotógrafo Sebastião Salgado, que mostram os garimpeiros cobertos de lama, em escadarias humanas intermináveis, são consideradas ícones do século XX.


Curiosidades

Existe ouro atualmente em Serra Pelada?

Sim, ainda há ouro em Serra Pelada — porém, em quantidades muito diferentes do passado, e sua extração atual é limitada e desafiante:


Reservas de ouro remanescentes

Estudos geológicos estimam que ainda há cerca de 50 a 100 toneladas de ouro na rocha subterrânea de Serra Pelada — que fica sob o antigo buraco inundado e nos rejeitos do garimpo original. Há também depósitos de platina e paládio, mas sua extração não é realizada.


Por que o ouro não é extraído em larga escala?

Estar incorporado à rocha dura demanda perfuração, trituração e processos químicos complexos — operações caras e ambientalmente arriscadas.

A COOMIGASP firmou parcerias, como com a canadense Colossus, para explorar a área no subsolo e nos rejeitos — porém sem sucesso: os custos elevados inviabilizaram o projeto e a empresa faliu em 2014.





















Garimpo artesanal ainda existe?

Sim, de forma pontual e empobrecida: alguns ex-garimpeiros fazem pequenas escavações nos arredores ou mesmo em seus quintais. Outros concentram-se na recuperação ambiental e no turismo, enquanto grandes projetos se voltam a minerais como ferro e cobre — embora não em grande escala de ouro .


Situação atual

Hoje, Serra Pelada não é mais explorada como no passado. A antiga cratera virou um lago contaminado, existe turismo histórico e ambiental, e a localidade busca diversificação econômica via agricultura, apicultura e mineração de outros minerais como hematita (projeto Serra Leste)

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DESENHOS QUE AS CRIANÇAS ASSISTIAM NOS ANOS 60


















A década de 1960 foi um dos períodos mais marcantes para a história da animação na televisão. Com a popularização das TVs em cores e a consolidação de grandes estúdios de animação, os desenhos animados ganharam espaço fixo na programação infantil — e também no coração de uma geração que crescia em meio à Guerra Fria, à corrida espacial e à explosão cultural do rock’n’roll.









Os anos 60 não foram apenas uma continuação do que já havia sido feito nas décadas anteriores; foram uma revolução criativa. As produções deixaram os cinemas e migraram para a TV, com orçamentos mais enxutos, o que exigiu soluções criativas para manter a qualidade. A Hanna-Barbera foi a principal responsável por esse movimento, criando uma estética única, marcada por animações limitadas, mas com personagens carismáticos e roteiros cômicos e inteligentes.













Os Flintstones: uma família pré-histórica moderna

Estreando em 1960, Os Flintstones foi o primeiro desenho animado exibido no horário nobre da TV americana. Inspirado em séries de comédia como "The Honeymooners", a série retratava o cotidiano da família Flintstone — Fred, Wilma, Pedrita e o dinossauro Dino — em uma sociedade da Idade da Pedra que imitava a vida suburbana moderna, com carros movidos a pés, chuveiros de mamute e aparelhos de pedra. O sucesso foi tão grande que o programa se tornou o mais assistido da época e abriu caminho para outros desenhos em horário nobre.















Os Jetsons: o futuro segundo os anos 60

Se os Flintstones viviam no passado, os Jetsons, criados em 1962, representavam o futuro idealizado daquela década. George, Jane, Judy, Elroy e a robô Rosie viviam em um mundo tecnológico, com carros voadores, esteiras automáticas e robôs domésticos — muitos dos quais ainda são apenas sonhos da humanidade. Com críticas sutis ao consumismo e à alienação moderna, o desenho é uma cápsula do otimismo tecnológico da época.






















Scooby-Doo e os mistérios adolescentes

Em 1969, a estreia de Scooby-Doo, Where Are You! marcou uma nova fase da animação, misturando comédia e suspense. O cachorro medroso e sua turma — Fred, Velma, Daphne e Salsicha — investigavam supostos fantasmas e monstros, que no final sempre eram desmascarados como humanos disfarçados. Com trilha sonora marcante e personagens icônicos, o desenho virou franquia e atravessa gerações até hoje.

















Corrida Maluca e o humor sem limites

Outra criação memorável foi Wacky Races (Corrida Maluca, 1968), uma paródia de competições automobilísticas, com personagens únicos como Dick Vigarista e o cão Mutley. Cada episódio mostrava uma corrida insana com carros absurdamente criativos e trapaças hilárias. O sucesso gerou spin-offs como Dick Vigarista e Muttley e A Penélope Charmosa.
















Jonny Quest e a aventura “realista”

Lançado em 1964, Jonny Quest trouxe uma proposta mais séria e realista, com histórias de espionagem, ciência e aventura. Com um estilo visual mais detalhado e menos cartunesco, o desenho tinha um clima mais maduro, voltado para o público jovem masculino. Foi um dos primeiros a mostrar personagens asiáticos e árabes de forma relativamente respeitosa, ainda que dentro do contexto estereotipado da época.


Além desses grandes clássicos, muitos outros desenhos animados fizeram parte da infância de milhões de crianças nos anos 60:













Zé Colmeia (Yogi Bear, 1961): o urso esperto do Parque Jellystone, sempre em busca de cestas de piquenique — e sempre frustrado pelo guarda florestal.



























Manda-Chuva (Top Cat, 1961): um gato malandro que liderava um grupo de gatos de rua, vivendo aventuras e golpes cômicos nos becos da cidade.




Maguila, o Gorila (Magilla Gorilla, 1964): um gorila bonachão que vivia em uma loja de animais, sempre à espera de ser adotado.




















Tartaruga Touché e Dum Dum (Touché Turtle and Dum Dum, 1962): as aventuras absurdas de uma tartaruga espadachim e seu ajudante atrapalhado.











Plic, Ploc & Chuvisco (The Peter Potamus Show, 1963): três pinguins atrapalhados em situações cômicas e desajeitadas.













O Show do Peter Potamus (1964): estrelado por um simpático hipopótamo que viajava no tempo com seu balão mágico ao lado do macaco So-So.













Pepe Legal (Quick Draw McGraw, 1959–1961, mas muito exibido na década): um cavalo xerife do Velho Oeste, atrapalhado e carismático.














Formiga Atômica (Atom Ant, 1965): um inseto super-herói que combatia o crime com superforça e velocidade.












O Leão da Montanha (Snagglepuss, 1961): um leão teatral, educado e cheio de frases elegantes, sempre fugindo de caçadores.

O legado dos anos 60

Os desenhos animados dos anos 60 não foram apenas entretenimento; ajudaram a moldar o imaginário de uma geração. Muitos desses personagens seguem vivos, reinventados em reboots, filmes e novos episódios até os dias de hoje. Foram produções que conseguiram, com recursos limitados, construir mundos encantadores, cheios de humor, crítica social e fantasia.



Mais do que nostalgia, os desenhos daquela época são um testemunho da criatividade e da capacidade de contar boas histórias com poucos recursos. E talvez seja por isso que, mesmo décadas depois, Fred gritando “Yabba Dabba Doo!” ou Scooby e Salsicha fugindo de fantasmas ainda nos fazem sorrir.

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terça-feira, 1 de julho de 2025

QUAIS ERAM OS DESENHOS ANIMADOS ATÉ A DÉCADA DE 50











Antes da popularização da televisão nos lares, os desenhos animados eram exibidos principalmente nos cinemas, como curtas-metragens que antecediam os filmes principais. Entre os anos 1920 e 1950, a animação americana floresceu, e diversos personagens se tornaram parte essencial da cultura popular. Essa era é considerada a "Era de Ouro da Animação", marcada pela ascensão de estúdios lendários como Disney, Warner Bros., Fleischer Studios e MGM.


1. Mickey Mouse e o Império Disney











Criado por Walt Disney e Ub Iwerks, Mickey Mouse surgiu em 1928 com o curta "Steamboat Willie", uma das primeiras animações com som sincronizado. O sucesso foi imediato, transformando Mickey em um ícone global. Durante os anos 30 e 40, Mickey estrelou dezenas de curtas animados ao lado de personagens como Minnie Mouse, Pato Donald, Pateta e Pluto.














A série Silly Symphonies (1929–1939) também foi fundamental para a Disney, servindo como laboratório criativo. Nela, o estúdio explorava música e cores, como em "Flowers and Trees" (1932), o primeiro desenho animado em Technicolor a ganhar um Oscar.











O auge veio em 1937 com o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões, o primeiro longa-metragem animado da história. O filme foi um fenômeno mundial e estabeleceu a Disney como líder absoluta em animação por décadas.











2. Looney Tunes e Merrie Melodies (Warner Bros.)

A Warner Bros. entrou no mundo da animação nos anos 30 com suas séries Looney Tunes e Merrie Melodies, inicialmente inspiradas nas Silly Symphonies da Disney. Mas logo encontrou sua própria voz com personagens irreverentes e um humor mais sarcástico.


Nomes como Pernalonga (Bugs Bunny), Patolino (Daffy Duck), Piu-Piu e Frajola, Hortelino Troca-Letras, Gaguinho e muitos outros tornaram-se extremamente populares nas décadas de 40 e 50. Diretores como Tex Avery, Chuck Jones e Friz Freleng levaram a animação a um novo patamar com roteiros dinâmicos e piadas visuais rápidas.


O episódio "A Wild Hare" (1940), considerado a estreia oficial de Pernalonga, marcou um divisor de águas. O famoso bordão "Eh... What's up, doc?" virou parte do vocabulário popular americano.










3. Betty Boop e os Fleischer Studios

Antes de a Disney dominar o cenário, os Fleischer Studios foram pioneiros na experimentação técnica e narrativa. Fundados pelos irmãos Max e Dave Fleischer, o estúdio criou personagens marcantes como Betty Boop, Koko the Clown e Bimbo.


















Betty Boop, introduzida em 1930, era ousada, sensual e cheia de atitude — algo incomum para a época. Apesar da censura imposta pelo Código Hays, que suavizou seu conteúdo nos anos seguintes, Betty se tornou um símbolo cultural dos anos 30.

Outro grande sucesso foi Popeye, o Marinheiro (1933), adaptado das tirinhas de E.C. Segar. Popeye competia diretamente com Mickey Mouse em popularidade, graças a seu humor físico, sua força após comer espinafre e sua eterna rivalidade com Brutus pela mão de Olivia Palito.












4. Tom & Jerry e o Sucesso da MGM

Criados por William Hanna e Joseph Barbera para a MGM, Tom & Jerry estrearam em 1940 com "Puss Gets the Boot". A rivalidade cômica entre o gato Tom e o rato Jerry rapidamente conquistou o público, graças ao ritmo frenético e à ausência quase total de diálogos.

















Ao longo dos anos 40 e 50, Tom & Jerry ganharam sete Oscars de Melhor Curta de Animação, tornando-se uma das franquias mais premiadas da história. A violência cartunesca e o timing perfeito das gags visuais se tornaram sua marca registrada.


5. Outras Criações Importantes da Época

Além dos grandes nomes, houve outras animações notáveis que marcaram a infância de muitos até os anos 50:

Os Três Porquinhos (Disney, 1933): com a famosa música "Who's Afraid of the Big Bad Wolf?", foi um enorme sucesso durante a Grande Depressão.





















Felix the Cat: criado antes mesmo de Mickey Mouse, nos anos 1920, Felix foi o primeiro personagem de animação a se tornar uma estrela global. Embora tenha perdido espaço nos anos 30, sua importância histórica é incontestável.




















Superman Animated Shorts (Fleischer Studios, 1941–1943): revolucionários no uso de animação realista e narrativa cinematográfica.





































Desenhos Menos Relevantes da Época

Nem todos os desenhos animados dos anos 20 a 50 alcançaram o mesmo sucesso ou reconhecimento. Muitos ficaram restritos a um público mais regional ou foram ofuscados pelos gigantes do setor. Personagens como Bosko, um dos primeiros protagonistas da Warner Bros., foram rapidamente esquecidos com a chegada de Pernalonga e seus colegas. Outros como Oswald the Lucky Rabbit — criação de Walt Disney antes de Mickey — também perderam espaço, apesar de sua importância histórica. Desenhos como Krazy Kat, Farmer Al Falfa e Scrappy tinham seu charme, mas não conseguiram manter relevância ao longo dos anos. Ainda assim, esses personagens e produções ajudaram a pavimentar o caminho para o que viria a ser a era moderna da animação.

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