Governar São Paulo é, para muitos políticos, o sonho dourado da carreira — afinal, o estado é o motor econômico do Brasil, responsável por quase um terço do PIB nacional. Mas também é um cargo que cobra caro pelos erros. A máquina pública é gigantesca, a população é exigente e os problemas — de segurança à mobilidade, da saúde à habitação — nunca tiram férias.
Ao longo das décadas, São Paulo teve governadores que deixaram marcas positivas, com obras, avanços sociais e crescimento econômico. Mas também teve outros que deixaram escândalos, descaso e decisões catastróficas. E é desses que vamos falar aqui.
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Com base em desempenho administrativo, denúncias, promessas não cumpridas e impacto negativo na vida do paulista, aqui vai uma lista dos 10 piores governadores de São Paulo — e os partidos que eles representavam.
1. Paulo Maluf (1979–1982) — Partido Democrático Social (PDS)
Um dos nomes mais polêmicos da política paulista, Maluf marcou sua gestão por obras grandiosas e suspeitas de corrupção. Viadutos e avenidas nasceram, mas com um custo suspeitamente alto. Sua administração ficou famosa pela frase que atravessou gerações: “Rouba, mas faz”. E isso diz muito.
2. Luiz Antônio Fleury Filho (1991–1994) — Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
Seu governo ficou eternizado pela tragédia do massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 detentos foram mortos pela PM. O episódio manchou a imagem do estado e do próprio governador. Além disso, Fleury enfrentou crise de segurança e desgaste político irreversível.
3. Geraldo Alckmin (2001–2006, 2011–2018) — Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
Foram muitos anos no poder, mas também muitas críticas. Apesar de imagem de “gestor equilibrado”, Alckmin deixou serviços públicos sucateados, sistema de transportes estagnado e greves recorrentes. As promessas de modernização nunca saíram completamente do papel — e o estado perdeu ritmo de inovação.
4. João Doria (2019–2022) — Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
Com estilo empresarial e discurso de eficiência, Doria começou prometendo gestão moderna. Mas seu governo foi marcado por autopromoção, brigas políticas e decisões polêmicas na pandemia. Enquanto o marketing corria solto, os problemas do estado — como desigualdade e infraestrutura precária — ficaram em segundo plano.
5. Orestes Quércia (1987–1991) — Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
Símbolo da política dos bastidores, Quércia é lembrado por acusações de corrupção, obras superfaturadas e favorecimentos políticos. Seu governo até gerou empregos e investimentos, mas o preço ético foi alto. O nome “Quércia” virou sinônimo de política tradicional — e não no bom sentido.
6. Ademar de Barros (1947–1951 e 1963–1966) — Partido Social Progressista (PSP)
Ademar foi um dos primeiros grandes populistas de São Paulo. Fez obras, é verdade, mas governou sob fortes suspeitas de desvio de verbas e enriquecimento ilícito. O lema “Rouba, mas faz” nasceu em seu governo — e deixou uma herança moral duvidosa que paira até hoje sobre a política paulista.
7. Cláudio Lembo (2006–2007) — Partido da Frente Liberal (PFL)
Assumiu o governo após a saída de Serra e entregou uma gestão apagada e sem grandes avanços. Criticado por inércia e falta de diálogo, Lembo é lembrado mais pelas polêmicas declarações do que por resultados concretos.
8. Laudo Natel (1966–1967 e 1971–1975) — Aliança Renovadora Nacional (ARENA)
Governou em tempos de ditadura militar, sob nomeação indireta. Apesar de algumas obras, foi uma gestão marcada por autoritarismo, concentração de poder e ausência de participação popular. Um governo tecnocrático e distante da realidade social.
9. Franco Montoro (1983–1987) — Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
Foi um político importante na redemocratização, mas seu governo estadual enfrentou forte crise econômica, greves e paralisia administrativa. Apesar da boa imagem pública, o estado viu pouca entrega prática e muita instabilidade.
10. Mário Covas (1995–2001) — Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
Respeitado pela postura ética, Covas tinha boas intenções, mas sua gestão ficou marcada por enfrentamentos com servidores, obras lentas e queda de popularidade. Tentou implantar austeridade, mas faltou diálogo e execução. Um governo correto, mas travado.
Ser governador de São Paulo é um desafio que mistura ambição e responsabilidade. E, como mostra essa lista, nem sempre os que chegam lá conseguem equilibrar poder e eficiência. Entre escândalos, obras superfaturadas, tragédias e mandatos mornos, muitos acabaram deixando mais frustração do que progresso. O problema é que, em São Paulo, erros de governo não ficam no Palácio dos Bandeirantes — eles respingam direto na vida de quem pega metrô lotado, enfrenta filas de hospital e paga impostos altíssimos esperando retorno que nunca vem.
A lição é simples (mas parece difícil de aprender): São Paulo não precisa de marketing político — precisa de gestão de verdade.
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