Quando chega a hora de trocar os pneus do carro, muita gente se depara com opções mais baratas que os pneus novos de fábrica. Entre as mais comuns estão os pneus meia vida, os remolds, os vulcanizados e os chamados riscados. Mas afinal, o que cada um significa? E, principalmente, será que são seguros? Vamos entender.
1. Pneus meia vida
Um pneu chamado de “meia vida” nada mais é do que um pneu usado, que ainda possui cerca de 50% (ou às vezes até menos) da borracha da banda de rodagem disponível. Ele é retirado de veículos que foram para desmanche, leilão, ou de motoristas que trocaram antes do desgaste total.
O preço costuma ser bastante inferior ao de um pneu novo.
Vantagens: custo inicial baixo.
Desvantagens: não há garantia de procedência, histórico de uso, impactos sofridos, nem se o pneu já teve reparos. Um pneu meia vida pode estar aparentemente bom, mas ter danos internos invisíveis.
Segurança: é a opção menos recomendada. O risco de falhas, como estouro ou perda de aderência, é alto.
2. Pneus remold
O pneu remold (ou remodelado) passa por um processo industrial em que a carcaça usada é aproveitada e recebe uma nova camada de borracha em toda a superfície – não apenas na banda de rodagem. O processo é regulamentado no Brasil pelo Inmetro, que estabelece normas para que os remolds tenham segurança mínima para rodar. São comuns em veículos de passeio, mas proibidos em aeronaves, motocicletas e veículos pesados de carga em algumas situações.
Vantagens: preço até 40% mais barato que o de um pneu novo e processo mais sustentável, pois reutiliza material.
Desvantagens: durabilidade menor que a de um pneu novo; desempenho em alta velocidade ou condições extremas não é tão confiável.
Segurança: desde que seja fabricado por empresas certificadas pelo Inmetro, o remold pode ser considerado relativamente seguro para uso urbano e em velocidades moderadas. No entanto, não atinge o mesmo nível de confiabilidade de um pneu novo.
3. Pneus vulcanizados
O pneu vulcanizado é aquele que passou por um processo de reparo localizado, geralmente após um furo ou corte. A área danificada é preenchida com borracha nova e submetida ao calor e pressão, fundindo-se ao restante do pneu. Esse procedimento é parecido com o remendo, mas mais sofisticado, permitindo restaurar parcialmente a estrutura do pneu.
Vantagens: custo muito baixo em comparação à troca completa; pode prolongar a vida útil de um pneu relativamente novo.
Desvantagens: a resistência original do pneu nunca é totalmente recuperada; em danos maiores, a reparação pode comprometer a segurança.
Segurança: depende do tipo e da localização do dano. Pequenos reparos em áreas não críticas podem ser seguros. Porém, se o pneu sofreu corte lateral, bolha ou grande avaria, a vulcanização não é recomendada para rodar com segurança.
4. Pneus riscados
Os pneus riscados são aqueles que já estavam bastante gastos e passaram por um processo artesanal de recorte manual da banda de rodagem. Com o uso de ferramentas, o borracheiro “abre” novamente os sulcos do pneu, dando a impressão de que há mais borracha disponível para rodar. É uma prática não regulamentada e feita de forma improvisada, geralmente em pneus de caminhões ou carros de passeio mais antigos.
Vantagens: custo extremamente baixo, já que se aproveita um pneu quase condenado.
Desvantagens: esse processo retira ainda mais borracha, enfraquece a estrutura do pneu e deixa a carcaça exposta. A aderência em pistas molhadas é péssima e o risco de estouro é muito alto.
Segurança: é a opção mais perigosa de todas. Pneus riscados não devem ser usados em hipótese alguma, já que comprometem totalmente a dirigibilidade e a segurança.
Diferenças principais
Meia vida → é simplesmente um pneu usado. Mais barato, mas sem garantia e muito arriscado.
Remold → reaproveita a carcaça com nova borracha, regulamentado pelo Inmetro. Seguro até certo ponto, mas não como um pneu novo.
Vulcanizado → pneu reparado em pontos específicos. Pode ser útil em emergências, mas não substitui a integridade de um pneu novo.
Riscado → pneu gasto com sulcos “reabertos” manualmente. Altíssimo risco, nunca recomendado.
Afinal, são seguros?
Pneu novo sempre será a opção mais segura.
Remold pode ser aceitável, desde que seja certificado e usado em condições normais de cidade.
Meia vida e vulcanizado já oferecem riscos relevantes.
Riscado deve ser totalmente evitado, pois não garante nenhuma segurança.
Se a prioridade é segurança, estabilidade e durabilidade, não há segredo: o investimento em pneus novos é a escolha mais sensata. Pneus alternativos como remolds podem servir como solução temporária, mas pneus meia vida, vulcanizados e riscados representam riscos altos e podem transformar a economia de hoje em um prejuízo muito maior amanhã — ou, pior, em um acidente.
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