Entre as décadas de 70 à 90, era comum vermos nos estádios do Brasil, torcedores assistindo o jogo com um radinho de pilha "grudado" na orelha, pois muitos achavam que era melhor para acompanhar a partida, haja vista a distância entre a arquibancada e o campo, que as vezes dificultava enxergar os lances do jogo, mas também, para sentirem mais emoção a cada jogada narrada pelo radialista Fiori Gigliotti, pois quem não se arrepiava quando ele dizia: " Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo".
Fiori Gigliotti nasceu em Barra Bonita, interior de São Paulo, no dia 27 de setembro de 1928, filho dos imigrantes italianos Angelo Gigliotti e Maria Rosaria Palmisano, começou a exercer a profissão de locutor radialista, desde 1947, em diversas rádios: Rádio Clube de Lins ( São Paulo), Rádio Cultura de Araçatuba (São Paulo), Rádio Bandeirantes, Rádio Panamericana (Atual Jovem Pan), Rádio Tupi, Rádio Record e a Rádio Capital, onde realizou o seu último trabalho como comentarista.
Em sua longa carreira, Fiori Gigliotti narrou partidas de dez Copas do Mundo de Futebol, mas sempre dizia que o maior jogo ao qual assistiu foi o disputado entre Santos e Benfica, na final da Copa Intercontinental de 1962. Em declaração recente, contou um entrevero que teve com o então técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Telê Santana, na Copa do Mundo de 1982. Fiori teria cobrado o treinador pelo fato de ele estar fazendo muitas concessões aos jogadores, com muitas saídas com a família e pouco treino. Telê teria respondido que o locutor já estava velho.
Fiori Gigliotti tinha alguns bordões inesquecíveis, dentre eles: "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", "E o tempo passa…,torcida brasileira" (quando uma equipe precisava fazer um gol), "Tenta passar, mas não passa!", "Aguenta coração!", "Crepúsculo de jogo", "É fogo" (antes do grito de gol) "Agora não adianta chorar" (logo após narrar um gol), "Torcida brasileira", "Uma Beleeeeza de Gol!", "Um beijo no seu coração" "Fecham-se as cortinas e termina o jogo".
Recebeu mais de duzentos títulos de cidadão honorário, principalmente pelo interior de São Paulo e no fim de 2005 recebeu a "Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico" da Federação Paulista de Futebol, o qual foi um momento muito especial na sua carreira.
Na madrugada do dia 8 de junho de 2006, ele faleceu vítima de falência múltipla dos órgãos no Hospital Alvorada com problemas de úlcera e próstata, , sendo sepultado no dia seguinte no Cemitério do Morumbi.
Fiori Gigliotti era casado com Adelaide Gigliotti e tinha dois filhos e duas netas, e marcou história, sendo um dos maiores locutores de rádio do Brasil e do mundo.
Por fim, Fiori Gigliotti tinha muitos fãs, dentre eles, meu pai, que gostava de ficar imitando as excepcionais narrações, onde ele gritava "gollll" e depois dizia: "Fecham-se as cortinas, fim de jogo!"
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