A linha 105T – Rodoviária Tietê / Aeroporto foi uma linha histórica da antiga CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), criada na reorganização operada em meados de 1967‑68
Origem e Operação
Em meados dos anos 70, a CMTC estruturou linhas com codificação do tipo “105T-10”, onde “105T” indicava a ligação entre a Rodoviária Tietê (área 1) e um ponto no Aeroporto (“T” referindo-se a Tietê ou ao destino) . A linha foi oficialmente listada como 105T-10 – Term. Rod. Tietê / Aeroporto nos sistemas da CMTC.
Contexto Operacional
A Rodoviária Tietê foi inaugurada em 8 de maio de 1982, integrando-se ao metrô e se tornando um importante hub urbano . A linha 105T servia especificamente à conexão com o Aeroporto de Congonhas, facilitando o acesso entre o terminal urbano e a infraestrutura aeroportuária por meio de transporte rodoviário direto .
Alterações e Extinção
Com a municipalização do sistema em 1995 e sua reestruturação pela SPTrans, grande parte das linhas da CMTC tiveram seus padrões alterados ou foram extintas.
A linha 105T deixou de existir como número CMTC reconhecido; seu trajeto provavelmente foi absorvido por outras linhas ou serviços que atendem a ligação entre Tietê e aeroportos, como as linhas 175T (Tietê ↔ Aeroporto Congonhas via metrô e ônibus)
Numeração e Significado
A lógica de numeração da CMTC era estruturada:
“1” como primeira área, indicando saída da zona central (como o Tietê), o “0” indicava serviço regional (não apenas terminal ou centro), “5” diferenciava a linha em si. O sufixo T possivelmente simbolizava “Terminal” ou “Tietê”
Curiosidades
Por que essa linha era a única linha de ônibus que ia para o aeroporto na década de 60?
A linha 105T ROD. TIETÊ / AEROPORTO era a única linha de ônibus que ia para o aeroporto na década de 1960 por uma combinação de fatores históricos, urbanísticos e de demanda que influenciaram o sistema de transporte público da época. Aqui estão as principais razões:
1. Baixo volume de passageiros ao aeroporto
Nos anos 60, o transporte aéreo no Brasil ainda era elitizado. Poucas pessoas utilizavam o avião como meio de transporte, o que fazia com que a demanda por linhas de ônibus até o aeroporto fosse baixa. Por isso, não havia justificativa econômica para muitas linhas.
2. Função estratégica da linha 105T
A 105T ligava dois polos de transporte fundamentais: Rodoviária do Tietê (ou outro terminal importante da época) ao Aeroporto de Congonhas. Ela era pensada para interligar os principais modos de transporte de longa distância (rodoviário e aéreo), o que justificava a sua criação mesmo com baixa demanda local.
3. Descentralização urbana e expansão ainda em curso
A cidade de São Paulo estava em plena expansão na década de 60. As zonas sul e leste ainda estavam se urbanizando, e a rede de transporte público era bem mais limitada do que hoje. A maior parte das linhas era voltada para deslocamentos radiais ao centro da cidade, não interbairros ou para pontos específicos como o aeroporto.
4. Congonhas era o principal aeroporto
Na época, o Aeroporto de Congonhas era o mais importante do país e ainda não existia o Aeroporto de Guarulhos (inaugurado apenas em 1985). Mesmo assim, Congonhas ficava numa área mais periférica e com menos cobertura de transporte, o que exigia uma linha dedicada, como a 105T.
5. Infraestrutura viária ainda em consolidação
O sistema viário de São Paulo na década de 60 ainda não estava totalmente preparado para abrigar muitas linhas de ônibus ligando regiões distantes como o centro e o aeroporto. Uma linha direta e específica como a 105T era uma solução prática e viável dadas as limitações da época.
Observação:
A elite da época era formada por empresários, executivos, políticos, altos funcionários públicos, cantores, atores, músicos, personalidades da mídia, imigrantes italianos, japoneses, portugueses, libaneses e oficiais das Forças Armadas, portanto, não fazia sentido a cidade possuir mais de uma linha de ônibus com destino ao Aeroporto de Congonhas, pois a elite não andava de ônibus, e usava de outros meios mais sofisticados na época.
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