Nos últimos dias, o nome Johnson Wen tomou conta das redes sociais após o episódio que protagonizou durante a première de Wicked: For Good, em Singapura. Até então desconhecido do grande público, Wen — um jovem australiano de 26 anos — virou manchete mundial quando ultrapassou a barreira de segurança e correu diretamente em direção a Ariana Grande enquanto ela caminhava pelo tapete-amarelo do evento. O momento, que durou apenas alguns segundos, foi suficiente para colocá-lo nos trending topics e gerar um debate intenso sobre limites, fama instantânea e cultura de viralização.
Johnson Wen se apresenta na internet como “Pyjama Man”, um apelido que ele próprio promove como marca pessoal. Em seus perfis, costuma publicar vídeos de invasões a palcos e eventos, deixando claro que esse tipo de comportamento não é novidade em sua trajetória. Ele já realizou ações semelhantes em shows de artistas como Katy Perry e The Weeknd, e chegou a ser banido de alguns locais na Austrália por causa da repetição dessas atitudes. Quem acompanha sua movimentação na web percebe que ele construiu um personagem: alguém que vive de atravessar barreiras — literalmente — em busca de visibilidade, sempre com um sorriso provocador e a certeza de que cada invasão rende mais seguidores, comentários e atenção.
No dia do incidente em Singapura, Wen estava hospedado em um hostel e, segundo relatos, transitava pela cidade como um mochileiro comum. Ao avistar o evento, decidiu agir. Ele correu, pulou a barreira e alcançou Ariana Grande, chegando a abraçá-la e a pular ao lado dela. A atriz Cynthia Erivo, que estava próxima, reagiu rapidamente e interveio, afastando-o antes que a equipe de segurança o detivesse. Mesmo depois de ser contido, Wen tentou retornar à barricada, como se o incidente fosse apenas uma cena divertida para o seu próximo vídeo. Poucas horas depois, naturalmente, o momento já estava editado e publicado em suas redes sociais.
As consequências vieram rápido. No dia seguinte, ele foi levado ao tribunal e acusado de perturbação pública, aparecendo por videoconferência e sem advogado. Declarou-se culpado, e o juiz responsável pelo caso destacou que suas ações foram claramente premeditadas e motivadas por busca de atenção. A sentença, de nove dias de prisão, foi vista como um aviso direto: em Singapura, esse tipo de conduta não será tratado como brincadeira. Mesmo assim, Wen não pareceu particularmente abalado. Em sua conta no Instagram, continuou postando mensagens irônicas, agradecendo a Ariana Grande e alimentando a narrativa de que o momento havia sido uma grande “oportunidade”.
O perfil de Johnson Wen ajuda a entender por que o episódio repercutiu tanto. Ele não é apenas um fã fora de controle, mas sim um produto típico da era digital: alguém que transforma comportamento de risco em conteúdo, que mede relevância em views e que vê em cada invasão uma chance de reafirmar seu personagem. Sua página inclui até uma campanha de arrecadação onde ele pede doações para “pagar todas as minhas contas”, reforçando a ideia de que sua vida gira em torno das próprias travessuras. Para muitos, ele representa um tipo de figura que se tornou comum na cultura online — os chamados “intrusos performáticos”, que não buscam causar dano, mas sim gerar cliques, mesmo que isso coloque outras pessoas em risco ou cause transtornos.
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