O Brasil é um país de contrastes: riquíssimo em recursos naturais, com um povo criativo e resiliente, mas também marcado por uma sucessão de decisões que parecem ter sabotado seu próprio futuro.
Da colonização aos dias de hoje, foram inúmeras as “burradas” — erros políticos, econômicos e sociais — que deixaram cicatrizes profundas.
Algumas nasceram da ambição, outras da ignorância, e muitas da corrupção ou do puro improviso.
Abaixo, você confere as 20 piores burradas já cometidas no Brasil, com o contexto histórico de quem governava o país em cada época.
1. A escravidão e o genocídio indígena (1500–1888)
Governo/Partido: Período colonial e imperial (sem partidos; monarquia portuguesa e depois o Império do Brasil).
Foram mais de três séculos de escravidão indígena e africana — uma tragédia humana que moldou o racismo estrutural do país.
2. A pilhagem portuguesa e a fuga da corte com o ouro brasileiro (1808–1821)
Governo: Dom João VI — Monarquia Portuguesa (Casa de Bragança).
O rei transferiu-se para o Brasil com 15 mil pessoas, levando o tesouro e drenando nossas riquezas para Portugal e Inglaterra.
3. A Proclamação da República sem plano de governo (1889)
Governo: Marechal Deodoro da Fonseca — Militar, sem partido.
A monarquia caiu num golpe, e a República nasceu desorganizada, sem base popular nem projeto de nação.
4. O coronelismo da Primeira República (1890–1930)
Governo: Oligarquias estaduais — PRP (São Paulo) e PRM (Minas Gerais).
A “política do café com leite” manteve o poder nas mãos de fazendeiros e elites regionais, com fraudes e clientelismo.
5. O Estado Novo de Getúlio Vargas (1937–1945)
Governo: Getúlio Vargas — Partido inexistente durante a ditadura (antes, Partido Republicano Rio-Grandense).
Getúlio fechou o Congresso, censurou a imprensa e instaurou uma ditadura nacionalista.
6. O improviso na Segunda Guerra Mundial (1942)
Governo: Getúlio Vargas — sem partido (regime autoritário).
O Brasil entrou na guerra sem preparo militar ou logístico; a Força Expedicionária Brasileira foi heroica, mas mal equipada.
7. A construção apressada de Brasília (1956–1960)
Governo: Juscelino Kubitschek — PSD/PTB (coligação).
JK ergueu a nova capital em tempo recorde. Um feito de engenharia, mas com custos altíssimos e sem planejamento social.
8. O golpe militar de 1964
Governo deposto: João Goulart — PTB.
Novo regime: Ditadura Militar (sem partido, depois ARENA e MDB).
A ruptura democrática levou a 21 anos de censura, repressão e atraso político.
9. O “milagre econômico” insustentável (1968–1973)
Governo: Generais Costa e Silva / Médici — ARENA (partido do regime).
O PIB cresceu, mas com base em dívida externa. A conta chegou nos anos 1980, com inflação e desemprego.
10. A moratória e o caos da dívida externa (1982–1989)
Governo: João Figueiredo (ARENA) e José Sarney (PMDB).
O país declarou moratória da dívida e mergulhou na “década perdida” da economia.
11. O Plano Cruzado e os congelamentos de preços (1986)
Governo: José Sarney — PMDB.
O plano começou com euforia, mas terminou em desabastecimento, inflação descontrolada e descrédito econômico.
12. O confisco da poupança (1990)
Governo: Fernando Collor de Mello — PRN.
Em nome do combate à inflação, o governo confiscou as economias da população, gerando revolta e colapso financeiro.
13. Privatizações mal conduzidas (anos 1990)
Governo: Fernando Henrique Cardoso — PSDB.
As privatizações modernizaram setores, mas muitas foram feitas com pouca transparência e favoreceram monopólios privados.
14. O apagão energético (2001)
Governo: Fernando Henrique Cardoso — PSDB.
A falta de planejamento e investimento em energia levou ao racionamento e apagões em todo o país.
15. Escândalos de corrupção (Mensalão, Lava Jato)
Governo: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Casos de corrupção bilionários abalaram a credibilidade política e afastaram investidores.
16. A crise fiscal e o impeachment (2014–2016)
Governo: Dilma Rousseff — PT.
Políticas fiscais populistas e “pedaladas” nas contas públicas levaram à recessão e à queda da presidente.
17. O desmatamento e a política ambiental negligente
Governo: Vários, mas agravado sob Jair Bolsonaro — PL (2019–2022).
O avanço da destruição da Amazônia prejudicou a imagem internacional do país e afetou acordos comerciais.
18. O abandono da educação pública
Governo: Erro histórico contínuo — de todos os partidos.
Desde o Império até hoje, a educação básica e técnica nunca foi prioridade. Resultado: baixo desenvolvimento e desigualdade.
19. O caos urbano e o transporte precário
Governo: Todos os períodos republicanos (sem distinção de partido).
Falta de planejamento e de investimento contínuo gerou metrópoles congestionadas, poluídas e desiguais.
20. A polarização política e o ódio social (2018–2025)
Governo: Jair Bolsonaro — PL / Luiz Inácio Lula da Silva — PT.
A disputa ideológica extremada fragmentou o país, travou debates e paralisou decisões importantes.
A história brasileira mostra que as maiores burradas raramente vêm de ignorância pura — geralmente nascem de ambição política, descuido institucional e falta de visão de longo prazo.
Enquanto o país continuar repetindo velhos erros e trocando projetos de nação por disputas de poder, vai continuar tropeçando no próprio potencial.
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