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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

UMA VISITA NA COZINHA DO MC DONALD"S

Perguntar para alguém que ama cozinhar se quer visitar uma cozinha profissional é a mesma coisa que perguntar a uma criança se ela quer doce. Ainda mais se se trata das cozinhas do McDonald’s, desde sempre cercadas por mitos e lendas urbanas. Aproveitando a iniciativa Portas Abertas, entrei à paisana(e não como jornalista) na cozinha da rede de fast food em duas unidades de Curitiba nesta terça-feira (27).
As tentativas na verdade foram três, mas na primeira das lojas, na Avenida Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, dei com a cara na porta. O gerente me informou que, como estava recebendo uma consultoria e fazendo a limpeza da cozinha – apesar do restaurante estar aberto há quase 20 minutos – não poderia me dar a devida atenção. Me convidou a voltar depois das 14 horas. Ponto negativo.
Me dirigi então à unidade que fica na Avenida Souza Naves, preparada para não entrar novamente. Desta vez foi diferente e tive permissão para entrar. Coloquei uma rede para cobrir os cabelos e aprendi sobre a higienização e sanitização das mãos, coisa que segundo o gerente, é feita de uma em uma hora.
Ele me explicou sobre cada estação de trabalho. Aprendi que quanto mais congeladas as batatas e mais quente o óleo (elas são fritas a 160 graus C), mais crocantes elas ficam. Elas também têm vida útil, aliás como todos os produtos da rede. As batatas “duram” sete minutos. Depois, são descartadas. Mas, é difícil de acontecer porque elas não param de sair.
Os pães – no momento há oito variedades – passam por uma “tostadeira” para que eles criem uma crostinha caramelizada, não permitindo que fiquem encharcados com catchup e mostarda. Na ilha de condimentação, há várias cumbuquinhas com os ingredientes (como pepino e queijo) para montagem dos sanduíches. Os ingredientes também têm validade – de duas horas.
Há ainda um pequeno cartaz com os itens que compõem cada um deles para manter o padrão na hora da montagem. As carnes são fritas ou passadas na chapa e aguardam a preparação numa espécie de estufa com vapor para mantê-las aquecidas, sem deixá-las secas.

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A chamada ilha de condimentação: ingredientes tem validade de duas horas, depois são descartados. Foto: Priscila Bueno/Gazeta do Povo.

Há um setor totalmente mecanizado para preparação de bebidas. Para misturar o xarope do refrigerante à água, aprendi que a água tem que estar muito gelada para ajudar na carbonatação (a formação de bolhas de gás carbônico). O cheiro de Coca Cola é fragrante. A água passar por dois filtros: uma para tirar as impurezas e outro, o cloro.
Me foram mostradas ainda as câmaras frias, mas a entrada não é permitida: uma delas, a refrigerada, estava marcando 1,2 graus C e a outra, para as carnes, 22 graus C negativos. Entrar lá, apenas com roupa especial. Há também um estoque seco – onde ficam brindes, copos, etc.
A visita ainda incluiu uma explicação sobre a refeição dos funcionários, que comem PF – arroz, feijão, carne e acompanhamentos – e não mais lanches (poucos sabem, mas os clientes também podem pedir o prato feito). Há uma bancada específica para o break, com as comidinhas, além de frutas como banana e maçã. Perto dali, uma salinha para a pausa, com direito à TV e internet. A visita foi completa e demorou quase meia hora.
Por último, me dirigi ao que achei que seria mais difícil de entrar: a unidade do Shopping Estação e no horário de almoço (cerca de 13h15). O gerente também permitiu a entrada, com direito novamente à “charmosa” rede nos cabelos e à nova explicação sobre a limpeza das mãos. O gel sanitizante que eles passam, conforme me foi explicado, forma uma película nas mãos dos funcionários, minimizando qualquer contaminação. Ele me acompanhou explicando sobre o funcionamento de toda a cozinha. A visita foi um pouco mais rápida que a anterior, cerca de 15 minutos, mas deu um panorama sobre o funcionamento da rede. Nas duas lojas, os gerentes ainda tiraram fotos para registrar a visita.

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O adesivo que chama para a visita em uma das lojas. Foto: Priscila Bueno

A rede de fast food está incentivando a visita à cozinha para apresentar os processos de qualidade na preparação dos alimentos, além de acabar com alguns mitos, através do programa Portas Abertas.
Pesquisas realizadas ao final das visitas aos restaurantes McDonald’s da América Latina mostraram que oito entre dez clientes não sabiam que a carne dos hambúrgueres é 100% bovina e sete entre dez clientes não conheciam o processo de lavagem das mãos implementado pelos funcionários.
Segundo a rede, as visitas ultrapassaram a marca de 2 milhões. No Brasil, os clientes podem visitar a cozinha de um dos mais de 850 restaurantes localizados em todo o país sempre e não somente em dias marcados.

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terça-feira, 27 de setembro de 2016

SAIBA COMO É O DIA DE UM CONDENADO A MORTE

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1. Dia de condenado
Depois de receber a pena de morte, enquanto apela da decisão, o preso vive no "corredor da morte". Mas não existe corredor: o espaço é composto por celas e uma área com televisão, mesa e chuveiro. E ele pode ficar fora do quarto entre 7:00 e 23:00.

2. Distraídos da morte
A espera pela injeção letal pode demorar anos, mesmo depois da condenação final. Por isso, o preso tem à disposição uma série de atividades. Ele pode trabalhar na cantina ou na lavanderia da prisão, fazer exercícios físicos e participar de cultos religiosos.

3. Sem contato
Durante essa espera, os condenados recebem visitas, mas nunca têm contato direto, tudo acontece atrás de um vidro. Também falam com o advogado, afinal, ainda há esperança: por ano, uma média de cinco americanos são libertados enquanto vivem no "corredor".

4. A última cama
Quando as apelações acabam e a data da execução é marcada, o condenado é levado à "área de vigília". Um espaço com poucas celas, onde ele passará a última semana de sua vida. O preso fica o dia inteiro trancado, vigiado por dois guardas. Só sai para tomar banho ou para consultar padres, advogados e psicólogos.

5. A última refeição
Muito próximo da execução, com autorização do diretor da prisão, o preso pode conversar com a família frente a frente. Depois, na única mesa do ambiente, ele faz a última refeição. Esse espaço fica a uma porta de distância da câmara de execução.

6. As últimas palavras
Se a data não for adiada, o condenado é amarrado em uma maca e recebe um cateter em cada braço. Ele faz uma declaração e essas últimas palavras são registradas. Depois, vai para a câmara, onde testemunhas - familiares do preso e da vítima, convidados e jornalistas - assistem à execução.

OS NÚMEROS DO CORREDOR

- 676 pessoas foram executadas em 2011*

- 63 países condenaram pessoas à morte em 2011

- 18 750 pessoas esperavam no corredor em 2011

Os países que mais mataram**

- + 1 000 - China

- 360 - Irã

- 82 - Arábia Saudita

Entre as acusações, estão: adultério (Irã), roubo (Quênia), blasfêmia (Paquistão) e bruxaria (Arábia Saudita).

- 43 pessoas executadas em 2011 nos Estados Unidos, país que mais mata na América.

- Cheeseburger com batata frita é a última refeição mais pedida.

Métodos mais populares em 2011

Injeção - China e Estados Unidos
Decapitação - Arábia Saudita
Enforcamento - Afeganistão e Irã
Fuzilamento - Somália e Vietnã

* Sem contar as execuções na China./** Todos os valores são estimativas.

Fontes Prisão Central da Carolina do Norte, Anistia Internacional, Death Penalty Information Center e Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

TEMPLO PARA RATOS E COMEDORES DE CADÁVERES: VEJA POR QUE A ÍNDIA É ÚNICA

É impossível se sentir indiferente durante uma viagem à Índia. Trata-se do tipo de país onde se aplica perfeitamente a frase "ou você ama ou você odeia". 
Neste território de aspectos extremos, tudo acontece com intensidade: desde o movimento das caóticas ruas superlotadas até os fervorosos rituais realizados diariamente, em todos os cantos, pelos fiéis das mais diferentes confissões religiosas.
E, no meio desta rotina frenética, o turista se depara com imagens que dificilmente veria em outra nação, indo de animais adorados como divindades a homens hindus que comem carne humana.
Abaixo, veja algumas razões pelas quais a Índia pode ser considerada como o país mais original do mundo. Se um dia você quiser visitar a nação asiática, prepare-se: suas caminhadas cruzarão com cenas jamais vistas na sua vida (ou em qualquer outro lugar da Terra).

Tevapapras/Creative Commons
Tevapapras/Creative Commons

Cremação ao ar livre

Não é lenda: cadáveres são cremados diariamente ao ar livre às margens do rio Ganges. Os hindus acreditam que o fogo ajuda a alma a se libertar dos restos mortais dos falecidos e, ao terem suas cinzas jogadas neste curso d'água, eles aumentarão suas chances de se libertar do ciclo de reencarnações aos quais os seres vivos estariam condenados. Turistas podem se aproximar e observar o ritual de perto. A parte do Ganges que banha Varanasi, uma das mais sagradas cidades do hinduísmo, é um dos lugares mais almejados para a cremação dos hindus. Não é só na Índia, porém, que são realizadas cremações ao ar livre. Isso também acontece, por exemplo, no Nepal, que tem uma grande população hinduísta.
Rajesh Kumar Singh/AP
Rajesh Kumar Singh/AP

Sala de espera da morte

E não é só ver corpos sendo consumidos pelo fogo ao ar livre que pode surpreender o turista na Índia. Atrás da "ghat" (escadaria que leva ao Ganges) onde os corpos são cremados, há uma espécie de favela recheada de velhinhos vindos de todas as partes da Índia, muitos deles de aspecto doentio e com uma missão: esperar pela morte. É possível vê-los dentro de casebres ou sentados sobre ruelas de terra. O objetivo de cada um deles é falecer perto do Ganges, ser cremado às suas margens e ter suas cinzas jogadas no rio, para realizar o ciclo descrito acima.
Rajesh Kumar Singh/AP
Rajesh Kumar Singh/AP

Bebendo água sagrada (e poluída)

Há uma história, não comprovada, mas muito comentada no mundo dos viajantes, de que mais da metade dos turistas que visita a Índia terá problemas de intoxicação alimentar pelo menos uma vez durante a jornada. E não deve ser exagero: este repórter, que esteve no país por dois meses, ficou seriamente doente algumas vezes por lá e conheceu muita gente que passou pela mesma situação (e isso, provavelmente, por comer uma saladinha não muito bem lavada em algum restaurante). Por isso, é chocante ver fiéis bebendo as águas do Ganges durante o lindo ritual hindu realizado diariamente em Varanasi antes do amanhecer. Os hindus acreditam que as águas do Ganges purificam a alma e muitos a bebem. O problema é que a parte do Ganges que banha Varanasi é extremamente poluída, com esgoto, restos mortais humanos e até cadáveres de vacas sagradas sendo jogados no local todos os dias. "Este rio é tão sagrado que não nos faz mal", dirão muitos hindus se questionados se não têm medo de ingerir a água do Ganges
Peter McCBride/National Geographic Creative
Peter McCBride/National Geographic Creative

Vacas sagradas (e miseráveis)

Uma das contradições mais fascinantes da Índia é a situação das vacas. O animal é respeitadíssimo pelo hinduísmo, que o vê, entre outras qualidades, como uma fonte de alimento (principalmente o leite, mas não a carne) que foi vital para a sobrevivência de muitas comunidades camponesas que se estabeleceram no subcontinente indiano no passado. Mas, mesmo tendo este alto status na cultura indiana, é normal ver vacas em situação de miséria nas cidades do país: magras, sujas e comendo lixo (e isso inclui pedaços de jornal e de cartolina). Ao mesmo tempo, não é raro ver o trânsito parar no momento em que uma vaca está atravessando uma rua em alguma metrópole indiana.
Fulvio Spada/Creative Commons
Fulvio Spada/Creative Commons

Veneração a ratos

O cristianismo adora a plácida imagem da Virgem Maria e o corpo dilacerado de Jesus. A maioria dos muçulmanos, por sua vez, não cultua imagens. Já na Índia há um lugar frequentado por fiéis que veneram ratos. Trata-se do templo de Karni Mata, localizado na cidade de Deshnok, onde, diariamente, centenas de pessoas vão para cultuar e alimentar com leite os roedores (que circulam aos milhares pelo lugar). Reza a lenda que Karni Mata foi uma mulher hindu do século 14 que, durante uma viagem pelo deserto, viu seu enteado morrer afogado enquanto ele tentava beber água de um poço. Karni Mata é considerada uma reencarnação da deusa Durga e, durante sua vida, por causa disso, teria tido poderes sobrenaturais. Segundo os fiéis de Deshnok, ela usou esses poderes para trazer de volta à vida seu enteado, mas na forma de um rato. E também decretou que todos os seus descendentes, depois que morressem, reencarnariam como roedores. Atualmente, os frequentadores do templo de Deshnok veneram os ratos ali presentes como a prole legítima de Karni Mata. Turistas são bem-vindos no local.
Archit Ratan/Creative Commons
Archit Ratan/Creative Commons

Comedores de carne humana

Os sadhus estão entre os personagens mais interessantes e fotogênicos da Índia. Eles são os homens hindus que resolvem se desprender de todos os bens materiais e passam a viver pedindo esmolas, meditando, a rezar e estudando textos religiosos (principalmente os hinduístas). Seu objetivo é se desprender dos prazeres mundanos, transcender à condição humana e, com isso, atingir "moksha" (libertação do ciclo de reencarnações que prende os homens aos sofrimentos da Terra). Neste universo, há os "aghori", que adotam uma prática única: eles comem carne de cadáveres humanos. Eles fazem isso, entre outras razões, para provar que podem transcender de verdade à condição do homem, mostrando que nada do que é material pode afetá-los.
Saurabh Das/AP
Saurabh Das/AP

Festival para 120 milhões

Devotos hindus tomam banho ritualístico na confluência dos rios sagrados hindus Ganges, Yamuna e Saraswati, no festival do Maha Kumbh Mela, em Allahabad, na Índia. As peregrinações que levam o nome de Kumbh Mela são consideradas as maiores reuniões religiosas do planeta, mobilizando até 120 milhões de pessoas, que se juntam nos cursos de água mais sagrados do país em uma cerimônia de purificação da alma. Um dos principais personagens dessas celebrações são os sadhus nagas, homens que fazem a peregrinação nus com o corpo coberto por cinzas.
AP Photo/Mukhtar Khan
AP Photo/Mukhtar Khan

Um romântico lugar bélico

Outra contradição indiana: uma de suas regiões mais românticas é, ao mesmo tempo, uma de suas regiões mais tensas. É a Caxemira, uma área de maioria muçulmana no extremo norte do país que é reivindicada pelo Paquistão e por grupos independentistas. Esta disputa já gerou diversos conflitos armados na região, o que acaba por esconder o que a área tem de melhor: lindas regiões montanhosas, extensos rios, uma população majoritariamente amigável com turistas e românticos hotéis que operam sobre casinhas flutuantes nos lagos da área. O principal deles é o lago Dal, onde é possível passear de "shikara" (uma linda embarcação local) e comprar flores de barqueiros durante o tour aquático. Mas é preciso checar a situação da segurança na Caxemira antes de ir pra lá.
Getty Images
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A Índia, porém, é mais do que isso

Além de ser palco para situações chocantes, a Índia não é um país onde acontecem apenas eventos exóticos. O país também está recheado de atrações turísticas mais "tradicionais", como o esplêndido Taj Mahal (visto ao pôr do sol na foto acima), as lindas mesquitas de Nova Delhi, o ambiente cosmopolita de Mumbai, as praias baladeiras de Goa e as cidades coloridas do deserto do Rajastão. Mas, sim, é um território caótico que requer energia para ser explorado. Brasileiros precisam de visto para entrar na Índia. Informe-se com o serviço consular do país sobre quais são as exigências para conseguir a autorização de entrada. Mais informações sobre visto: www.portalconsular.mre.gov.br
Créditos: Marcel Vincenti
Colaboração para o UOL

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